segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Quadrilha vendia vagas de medicina da Anhanguera-Uniderp


28/01/2013 10:05
Tatiana Pires
A Anhanguera-Uniderp é uma entre as 12 faculdades, onde uma quadrilha implantou um esquema de venda de vagas para o vestibular de medicina. Para ser aprovado, o estudante não precisava estudar, eles pagavam entre R$ 60 mil e R$ 90 mil.

Em nota, o Grupo Anhanguera Educacional informa que “foi procurado pela Polícia Federal em 2012, colaborando com a apuração dos fatos, mas não foi notificada de irregularidades após a conclusão da investigação”.

A fraude consistia no envio das respostas corretas aos estudantes que compravam a vaga através de um ponto eletrônico e quando a fiscalização apertava as respostas eram enviadas por mensagens de celular, lidas no banheiro em aparelhos escondidos. As respostas eram encaminhadas por estudantes de medicina que faziam parte da quadrilha. Nomeados como ‘pilotos’, eles resolviam as provas rapidamente. Cada piloto resolvia as questões de apenas uma matéria, para garantir o maior número de acertos possível. Eles passavam os gabaritos por telefone para uma central em Goiânia, onde os ‘assistentes’ repassavam tudo para os vestibulandos envolvidos.

Na quadrilha, cada um tinha uma tarefa. Quem negociava com os pais e os candidatos o valor da fraude eram chamados de corretores. Havia também os treinadores, que tinham a missão de ensinar os alunos o passo a passo do golpe.

As investigações da polícia apontam o clínico geral Luciano Cançado, 39 anos, como coordenador do grupo. Luciano alugou uma casa em um bairro de classe média de Goiânia, onde morava e também se reunia com os integrantes da quadrilha.

Segundo reportagem que foi ao ar no Fantástico ontem (27), a quadrilha descoberta no interior de São Paulo, agia em seis estados brasileiros. Além de Mato Grosso do Sul e São Paulo atuavam em Piauí, Maranhão, Goiás e Rio de Janeiro. As investigações foram iniciadas em 2011.

O delegado Alexandre Braga afirmou que tem provas como extratos bancários com depósitos na conta de Luciano e confissões de integrantes da quadrilha. Ao todo foram 15 envolvidos, que foram indiciados e devem responder por três crimes: estelionato, formação de quadrilha e divulgação de segredo, de sigilo de concursos públicos ou vestibulares.

A Polícia Federal informou que não há evidências de que as universidades fossem coniventes com o esquema. Mas pode ter havido falhas na fiscalização.

Através do comunicado, o Grupo Anhanguera Educacional diz ainda que “É relevante informar que, por oferecer curso de medicina conceituado com nota 5 no Enade, o Grupo mantém forte esquema de fiscalização instalado durante a prova de vestibular”.

As investigações, agora, estão na fase de levantamento dos alunos que estão cursando medicina ou já se formaram, mas que foram aprovados porque compraram as vagas. A polícia informou que eles também vão responder criminalmente.

O MEC (Ministro da Educação) promete aplicar punições acadêmicas nos envolvidos. “Eles vão ser todos identificados, vão ser expulsos da faculdade, os que eventualmente ainda estejam, e se forem formados terão seus diplomas cassados. Porque toda a vida acadêmica deles é uma fraude”, afirmou o ministro Aloizio Mercadante.

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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Educação não pode ser negociada na Bolsa de Valores


Publicado em 22/01/2013

A necessidade de regulação da educação privada sempre foi e continua sendo uma das principais bandeiras da Contee, só reforçada, nos últimos anos, pelo crescente processo de mercantilização do ensino superior privado, sistematicamente denunciado pela Confederação, com a injeção de capital estrangeiro nas instituições dominadas pelos grandes tubarões do ensino, que visam ao lucro em detrimento da qualidade do ensino. Isso acarreta diversos danos, entre os quais também pedagógicos e trabalhistas.

Atualmente, quase 5 milhões de estudantes cursam graduação em instituições privadas no Brasil, contra 1,7 milhão nas universidades públicas. Os dados são do Censo da Educação Superior, do Inep.

“A educação não pode ser negociada na bolsa de valores. Não é uma mera relação de cliente e empresa, mas sim uma questão de formação do cidadão brasileiro. Precisamos tratar da valorização do professor, da qualidade do ensino e da pesquisa, do desenvolvimento intelectual do estudante, não somente dos lucros”, enfatizou a coordenadora da Secretaria de Assuntos Educacionais da Contee, Adércia Bezerra Hostin, que participou de debate sobre o tema do 14º Conselho Nacional de entidades de Base (CONEB) da UNE. Adércia enfatizou ainda que o processo de financeirização coloca em risco a soberania nacional, uma vez que empresas estrangeiras não têm nenhum compromisso com o desenvolvimento nacional.

Entre os convidados para o debate, além da diretora da Executiva da Contee, estavam o diretor de política regulatória do Ministério da Educação (MEC), Adalberto Maciel Neto e o ex-diretor da UNE, Ubiratan Cassano. Com a sala lotada de estudantes, as falas dos debatedores giraram justamente em torno da preocupação com a grande participação dos grupos internacionais que hoje dominam o setor educacional privado no Brasil.

“Hoje a educação está praticamente subordinada aos interesses do capital. Das dez instituições superiores com maior concentração de matrículas no país, nove são instituições particulares”, destacou Adalberto. Já Ubiratan frisou que, atualmente, o ensino privado brasileiro é dominado por apenas quatro grandes grupos de capital aberto, segundo levantamento feito em 2008. “O que vemos são conglomerados econômicos no campo da educação, grupos que abriram o capital, que têm que prestar contas aos investidores, e não aos estudantes”, criticou.

Regular é preciso

As discussões também ressaltaram a importância do projeto de lei para a criação do Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação do Ensino Superior (Insaes), defendida pela Contee. “Este instituto fiscalizaria fusões, aquisições, cisões e transferências de mantenças previamente. A realização de avaliações in loco e a suspensão dos dirigentes e representantes de universidades com irregularidades também constam no projeto”, resumiu Adalberto.
A criação do Insaes visa a ampliar o processo de avaliação do ensino superior, a partir de critérios que incluam, por exemplo, resultados no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e o atendimento à exigência do MEC de um número mínimo de mestres e doutores em universidades e centros universitários.

A má qualidade do ensino levou o MEC a descredenciar, no ano passado, quatro instituições privadas de ensino superior no país. Além disso, segundo dados da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior, entre 2011 e 2012 foram abertos 868 processos de supervisão baseados em reclamações. Atualmente estão em andamento 1,4 mil processos.

“Vimos casos de escolas de medicina que não têm aula prática. Como funciona isso?”, questionou o secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior, Jorge Rodrigo Messias, também durante o Coneb. Segundo ele, o setor carece de regulação. “Não queremos fechar as instituições, não é nosso objetivo. Mas temos que garantir a qualidade do ensino.”

Da redação, com informações da UNE e da Agência Brasil

Anhanguera fecha turno da manhã

22/01/2013 07:00:00

Andressa Dantas 
Especial para o Diário
Alunos do 5º ano de Direito da Universidade Anhanguera (antiga UniABC) foram surpreendidos, após fazer a rematrícula, com o fechamento da turma do período matutino, decisão informada em reunião com a coordenação do curso.
Conforme os estudantes, a faculdade ofereceu duas opções: transferência para o período noturno ou outras unidades da rede (com 50% de desconto nas mensalidades), ou transferência para outra instituição (com custos assumidos pela Anhanguera).
Para os alunos, as duas opções seriam inviáveis. A primeira porque a maioria exerce atividade remunerada nos períodos da tarde ou noite. A segunda, porque nenhuma faculdade aceita transferências no último ano de graduação.
Em comunicado, a Anhanguera informou que não houve número mínimo de rematrículas para o período, mas que disponibilizará bolsas de estudo para os alunos em caso de transferência de turno, unidade ou instituição.
Descontentes com a situação, alunos entraram com pedido no MP (Ministério Público) solicitando intervenção na decisão. "Mesmo que a faculdade nos pague o curso em outra universidade, para fazermos essa mudança pegaríamos uma série de adaptações curriculares que resultaria em atraso da formatura", reclamou o aluno Gabriel da Silva Achcar, 23 anos.
Para o estudante Ricardo Rodrigues, 38, a situação é decepcionante. "Estou redigindo mandado de segurança coletivo contra a decisão."
A assessora técnica do Procon-SP, Marta Aur, afirmou que a atitude pode ser considerada como prática abusiva. "É difícil obter transferência neste período, mas é possível entrar com liminar solicitando facilitação no trâmite. Como todo o processo foi feito sem aviso prévio e houve quebra de contrato, os alunos podem pedir até indenização ou liminar para continuidade da turma até o término do curso."
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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Anhanguera compra Instituto Excelência por R$18 mi


14/01/2013 - 08h59 | do UOL Economia 

No Rio RIO (Reuters) - A Anhanguera Educacional anunciou nesta segunda-feira a compra do Instituto Excelência, controladora da instituição de ensino Juspodium, por 18 milhões de reais. A operação marca a entrada do grupo em Salvador. Esse valor é quase a metade do orçamento de até 40 milhões de reais que a companhia tem disponível neste ano para fusões e aquisições, segundo comunicado da Anhanguera ao mercado. Até dezembro, a Juspodium tinha 3,1 mil alunos de pós-graduação e cursos preparatórios e deu entrada no Ministério da Educação para ter cursos de graduação. Segundo a Anhanguera, em 2013, a receita líquida esperada para a Juspodium é de 15 milhões de reais e a previsão de lucro líquido é de 2,5 milhões, sem considerar os cursos de graduação. A companhia afirmou que a compra do instituto é "positiva em termos de múltiplos (EV/Aluno de 5,8 mil reais por aluno, EV/Receita de 1,2 vezes e P/E13e de 7,2 vezes)". (Por Diogo Ferreira Gomes)