terça-feira, 29 de maio de 2012

Anhanguera: lucros e calote, de novo

09/05/2012

Após a demissão em massa no ano passado, a Anhanguera iniciou 2012 atrasando salários de professores nas unidades do Estado de São Paulo. Parte dos docentes recebeu, mas o valor é menor do que foi contratado.

Desde janeiro, a cada início de mês, os professores não sabem o que será depositado em suas contas. Em Osasco, por exemplo, uma professora recebeu apenas 37% do salário.

Os casos repetem-se em outras cidades, como Guarulhos e Sorocaba. Pra piorar a situação, nenhum professor consegue ter acesso ao holerite eletrônico pelo sistema da empresa.

Boa parte da reunião de 08/05 dos sindicatos da Fepesp foi tomada pelos problemas com a Anhanguera. O descaso com os professores ocorre ao mesmo tempo em que se divulga o lucro líquido da empresa nos primeiros meses do ano: R$ 62 milhões.

Em dezembro, a Anhanguera demitiu quase 1.600 professores só no Estado de São Paulo, segundo levantamento da Fepesp. A maior parte dos demitidos é formada de mestres e doutores.

As demissões e outras mudanças levaram os alunos a protestar. Em 23/04, houve manifestação na unidade da Vila Guilherme (na antiga Uniban) contra "Ambiente Virtual de Aprendizagem", que eliminou as aulas às sextas-feiras à noite.

'Modelo educacional' nacional
Os problemas com a Anhanguera foram discutidos em audiência pública da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Lá, as demissões foram de dezembro do ano passado a fevereiro deste ano.

Os deputados estaduais já haviam se mobilizado em São Paulo, em 08/02, quando os professores denunciaram o tratamento que recebiam da faculdade.

UniSant’Anna, mais uma vez, descumpre acordo com os professores

22/05/2012 13h07


Os docentes da UniSant′Anna estão revoltados com a postura da instituição de ensino Superior. Outra vez a universidade descumpriu o acordo firmado com os professores em março deste ano.

Ficou combinado que o salário de fevereiro seria pago em quatro parcelas, que, segundo os professores, foram pagas com atraso. Além dessa atitude desonesta o pagamento referente ao mês de março, foi feito em diversas parcelas, mesmo sem que os docentes concordassem com tal fato. Já o valor referente o mês de abril ainda não foi depositado.

É vergonhoso um centro de ensino que prega “Faça a sua mudança acontecer” ter atitudes como esta.

Grupo Estácio compra Faculdade São Luís


Grupo Estácio de Ensino Superior compra Faculdade São Luís. Entrada no Maranhão traz como diferencial oferta de material didático gratuito a estudantes.
Publicação: 29/05/2012 08:29


A Faculdade São Luís tem nova administração, sob a bandeira do grupo Estácio de Ensino Superior. A operação marca a chegada da Estácio ao estado. Atualmente a Estácio já é a instituição
de ensino superior privado líder na Região Nordeste: são 61 mil alunos em seis estados (Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará). A negociação foi concluída na noite desta segunda-feira. A oferta do material didático gratuito e, mais recentemente, do tablet, que concentra todo o conteúdo do curso em uma plataforma digital, são diferenciais que asseguram ao grupo uma bem-sucedida atuação, além dos últimos quatro semestres de captação recorde de alunos. O material didático traz capítulos integrais das melhores obras para cada disciplina e curso, com o pagamento integral dos direitos autorais. Em 2011, o material didático começou a ser disponibilizado para novos alunos em tablets. A Estácio mantém parcerias acadêmicas com a Ecole Hôtelière de Lausanne (Hotelaria suíça), a Alain Ducasse Formation (Gastronomia francesa) e a Universidade de Coimbra (Direito em Portugal). "A chegada ao Maranhão é motivo de orgulho para a Estácio. Vamos levar a São Luís o nosso modelo de ensino inovador, tecnológico, reconhecido pela excelência acadêmica e pelo foco na empregabilidade, que é o nosso compromisso com os alunos", afirma Rogério Melzi, presidente da Estácio. Nesta terça-feira, a diretoria executiva do grupo Estácio recebe a imprensa para uma entrevista coletiva, às 11h, quando dará detalhes da transação de compra da Faculdade.

http://www.oimparcial.com.br/app/noticia/negocios/2012/05/29/interna_negocios,116324/grupo-estacio-compra-faculdade-sao-luis.shtml

domingo, 13 de maio de 2012

Contato

Escrevam para o contato do Blog [negrodezembro@yahoo.com.br] para que possamos nos organizar. Acionaremos o SINPRO e a UNE, depois organizaremos os protestos.
Divulguem essa iniciativa.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Anhanguera admite atraso de pagamento a professores

publicado em 08/05/2012 às 10h40:

Atraso de salários gerou protesto de 150 alunos em apoio aos docentes
Do R7, com Agência Brasil

Cerca de 150 estudantes da Faculdade Anhanguera realizaram um protesto na noite desta segunda-feira (7) em Osasco, na grande São Paulo.
A manifestação dos alunos é em apoio aos professores, que alegam estar com o salário atrasado há vários meses. Os estudantes reclamam também que faltam professores em diversas disciplinas e do baixo nível de ensino.
Em nota, a Anhanguera informou que "uma falha no processo de pagamentos gerou o atraso no salário de um número reduzido de professores" e que "a Instituição de Ensino fará a liquidação desses pagamentos o mais breve possível, com os encargos necessários".
A Polícia Militar de Osasco informou que não foi acionada para o local.


Alunos da Faculdade Anhanguera fazem protesto contra baixo nível de ensino

publicado em 07/05/2012 às 21h10:

Os estudantes também pedem que professores recebam salários atrasados
Da Rede Record



Cerca de 150 estudantes estão realizando um protesto na Faculdade Anhanguera, em Osasco, na grande São Paulo.

A manifestação dos alunos é em apoio aos professores, que alegam estar com o salário atrasado há vários meses.

Os estudantes reclamam que faltam professores em diversas disciplinas e do baixo nível de ensino.

Leia mais notícias do R7

Os universitários estão concentrados no campus da Faculdade Anhanguera, na avenida dos Autonomistas, 1.355, em Osasco.

A Polícia Militar de Osasco informou que não foi acionada para o local.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Vídeo - Anhanguera Educacional - Indignação total


http://www.youtube.com/watch?v=uotvMPPYjks&feature=player_detailpage

Vídeo - Protesto - A verdade sobre a faculdade Anhanguera

Após fechamento da São Marcos, estudantes temem ter o mesmo fim em outras escolas



Por: Vanessa Ramos, da Rede Brasil Atual
Publicado em 05/04/2012, 10:35
Última atualização às 19:31
     
São Paulo – Os estudantes da Universidade São Marcos voltam a se reunir na próxima segunda-feira (9) para discutir ações conjuntas e propostas para enfrentar os problemas iniciados no último mês, quando a instituição foi descredenciada pelo Ministério da Educação (MEC). Esta semana, durante assembleia, os alunos se queixaram da contínua falta de diálogo com a atual reitora, Maria Aurélia Varella, e das transferências de estudantes realizadas sem consulta à comunidade. 

Das irregularidades cometidas pela universidade constam a falta de ato de credenciamento e de comprovante de disponibilização de imóvel, o descumprimento de medida cautelar de suspensão de novos ingressos e de medidas saneadoras (Despacho 28, de 28 de março de 2011), não demonstração de viabilidade financeira e a desordem acadêmica e administrativa da IES, segundo o MEC.

O MEC publicou, em 26 de março, no Diário Oficial da União (DOU), despacho da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior, oficializando o descredenciamento da Universidade São Marcos. O MEC determina que a instituição está proibida de "qualquer nova oferta de educação superior, preservadas as atividades de secretaria acadêmica para entrega de documentos". E estabelece que a transferência de alunos deve ser concluída em até 90 dias.

De acordo com a diretora de relações internacionais da União Nacional dos Estudantes (UNE), Luiza Lafetá, parte dos alunos da São Marcos está sendo transferida para as universidades Anhanguera e Uniban, fato que causa indignação dos estudantes. “Os alunos exigem, no mínimo, a transferência para instituições de maior qualidade e renome”, disse Luiza.

Segundo a diretora da UNE, a Anhanguera, por exemplo, apresenta problemas parecidos com os da universidade São Marcos. Em janeiro, a Anhanguera demitiu mais de 1.500 professores, sendo 80% mestres e doutores. “Por todos esses fatores, a maioria dos estudantes disse que não admitirá a transferência feita de qualquer forma.”

A presidenta da União de Núcleos, Associações e Sociedades dos Moradores de Heliópolis e São João Clímaco (Unas), Cleide Alves, disse que falta maior diálogo da universidade com os alunos. Ela espera do Ministério da Educação (MEC) acompanhamento próximo do caso. “O ministério atuou corretamente ao cumprir a sua função de fiscalizar a instituição privada e garantir a qualidade da educação, mas agora precisa acompanhar a transferência e garantir o acesso dos alunos para outra universidade, que tenha igual, ou melhor, padrão do que a São Marcos.”

Cleide afirmou que os 250 alunos bolsistas da comunidade de Heliópolis não querem ir para outra universidade que tenha restrições no MEC e que no futuro seja também descredenciada.

A universidade São Marcos não se pronunciou sobre a transferência dos alunos. A última informação, publicada em nota em seu site, afirma que o atendimento aos alunos está sendo realizado no espaço emprestado pela Uniban, na rua Afonso Celso, 235, Vila Mariana, a partir das 13h. 

A Anhanguera Educacional, por meio de nota, disse que o desligamento de profissionais do corpo docente ocorreu em função do planejamento de carga horária deste semestre e fez parte de um movimento natural das instituições de ensino a cada encerramento de semestre. "A Anhanguera também reitera que realizou um grande ciclo de aquisições em 2011, com 12 instituições adquiridas, e que a atualização do corpo docente é necessária para adaptar os currículos das novas unidades ao padrão de qualidade dos cursos da Anhanguera. Neste ajuste, a instituição reduziu o número de professores temporários, mas também fará contratações de outros em regime integral."

De acordo com a nota, todas as instituições de ensino superior que fazem parte do grupo Anhanguera atendem ao que exigem os Instrumentos de Avaliação do MEC, tanto na titulação do corpo docente quanto no seu regime de trabalho. "Por ter o capital aberto e de acordo com as normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Anhanguera disponibiliza todas as informações financeiras e que reforçam a solidez da Instituição em seu site para consulta."

Mais um vídeo sobre a demora do atendimento. Anhanguera Sorocaba!




Vídeo: ALRS recebe denuncias sobre demissões na Anhanguera



Assista a seguir a reportagem em vídeo, produzida pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul sobre audiência, realizada na manhã desta terça-feira, 24 de abril, com a Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa. Na ocasião, representantes do Sinpro/RS e da CONTEE detalharam as denúncias de demissão em massa e irregularidades na Anhanguera Educacional.

A audiência na Comissão de Educação contou com a presença do Coordenador Regional Sul da Contee, Cássio Bessa, e de entidades sindicais do ensino privado da base da Federação dos Trabalhadores de Estabelecimentos de Ensino Privado do RS – FeteeSul, que solicitaram a manifestação dos parlamentares ao MEC, reforçando o pedido de fiscalização na Anhanguera, bem como ao Ministério Público do Trabalho.

Assista aqui:
http://www2.al.rs.gov.br/tvassembleia/PesquisaMat%C3%A9rias/tabid/3995/IdOrigem/1/Id_Cadastro_Video/5157/Default.aspx



Fonte: Sinpro/RS e ALRS, com informações da redação.
http://contee.org.br/contee/index.php/25/04/2012/video-alrs-recebe-denuncias-sobre-demissoes-na-anhanguera/

Protesto contra Anhanguera reúne estudantes na zona norte de SP



Cerca de 80 alunos de câmpus em Vila Guilherme reclamam de infraestrutura e aulas online
23 de abril de 2012 | 20h 50

Juliana Deodoro, Especial para o Estadão.edu


* Texto atualizado às 22h

SÃO PAULO - Cerca de 80 estudantes realizaram um protesto na noite desta segunda-feira, 23, em frente à Uniban da Rua Maria Cândida, no bairro de Vila Guilherme, zona norte. A manifestação cobrou "respeito" do grupo educacional Anhanguera, que comprou a Uniban no ano passado por R$ 510 milhões e implantou um modelo pedagógico que prevê a realização de 20% do curso por meio de atividades online. Representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) também participaram da mobilização.

Os manifestantes exigiram melhorias na infraestrutura física e na grade curricular. "A Anhanguera cresceu de tal forma que não conseguiu manter a qualidade", disse o estudante do 3.º ano de Biomedicina Agnaldo Barbosa, de 53 anos. Os alunos usaram nariz de palhaço e apitos. Distribuíram panfletos e sentaram na pista, para interromper o trânsito.

Uma aluna do último ano de Pedagogia que preferiu não se identificar afirmou que os horários de aulas foram reduzidos. Segundo ela, vários professores estão sem receber salário e alguns ameaçam fazer greve caso a situação não seja regularizada. "Nem sei se vou conseguir colar grau."

Já a estudante do 2.º ano de Nutrição Camila Santos, de 27, disse que o curso melhorou após a aquisição da Uniban pela Anhanguera. "Isso aqui não é uma manifestação, só bagunça", afirmou ao chegar à universidade. Para Camila, a nova forma de avaliação contribuiu para deixá-la "mais estimulada". Mas ela reclama da matéria a distância sobre legislação. "Para mim, é um problema o fato de ser online."

Segundo Lais Gouveia, vice-presidente da UNE em São Paulo, a Anhanguera vê o estudante "apenas como um código de barras". "A situação de precarização da estrutura e da grade curricular não se dá apenas nesta unidade do grupo", afirma. "Aqui não existe o tripé ensino, pesquisa e extensão que sustenta uma universidade."

A Anhanguera afirmou, em nota, que "vem trabalhando em um projeto de reforma e manutenção" da unidade da Maria Cândida. "Como parte das obras de melhoria do câmpus, já foram entregues o novo acervo da biblioteca e o novo laboratório de informática." Após a manifestação, alunos foram recebidos pela direção do câmpus. A íntegra da resposta enviada pela Assessoria de Imprensa pode ser vista neste link.

Câmpus deserto

Conforme o jornal O Estado de S. Paulo mostrou na edição desta segunda-feira, o câmpus da Maria Cândida fica praticamente vazio nas noites de sexta-feira. O dia é separado para alunos fazerem exercícios no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), site em que os estudantes têm acesso a videoaulas, apostilas e exercícios e devem discutir os assuntos em fóruns e chats.

A prática está de acordo com portaria do Ministério da Educação (MEC) que autoriza as instituições de ensino a oferecerem até 20% da carga horária das graduações em módulos semipresenciais. As avaliações têm de ser presenciais.

Mas os estudantes da Anhanguera reclamam da qualidade das atividades, de problemas para acessar o material e da falta de acompanhamento de professores e tutores. Os sindicatos de docentes, por sua vez, falam em demissões em massa, corte de custos e subversão das orientações do MEC.

A Anhanguera Educacional, cujas ações são negociadas em bolsa, é o maior grupo privado de ensino superior da América Latina. A companhia fechou 2011 com valor de mercado de R$ 2,93 bilhões. No ano passado, comprou a Uniban, na maior aquisição da história do setor no País. Ultrapassou a marca de 400 mil alunos e consolidou a posição de liderança com 73 câmpus e 500 polos de educação a distância espalhados pelo Brasil.

Demissões da Anhanguera Educacional serão levadas ao MTE e MEC


24/04/2012

O Deputado Lindenmeyer lamentou a ausência de representantes da Anhanguera
Em audiência na manhã desta terça-feira, 24 de abril, com a Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa, o Sinpro/RS detalhou as denúncias de demissão em massa e irregularidades na Anhanguera Educacional. Os problemas na Anhanguera foram denunciados em janeiro pelo Sinpro/RS e Contee ao MEC. A audiência na Comissão de Educação contou com a presença de entidades sindicais do ensino privado da base da Federação dos Trabalhadores de Estabelecimentos de Ensino Privado do RS - FeteeSul, que solicitaram a manifestação dos parlamentares ao MEC, reforçando o pedido de fiscalização na Anhanguera, bem como ao Ministério Público do Trabalho.

O deputado Alexandre Lindenmeyer, proponente da audiência junto com Mariza Formolo, presidiu a sessão. Ele considerou que há casos de crime contra a organização sindical, cabendo denúncia ao Ministério do Trabalho e Emprego - MTE  e ressaltou a necessidade de levar as denúncias ao MEC e ao Congresso Nacional. “Outros deputados estão acompanhando a situação da Anhanguera, mas farei um pronunciamento na tribuna denunciando as irregularidades relatadas nesta audiência, que devem ainda ser reiteradas ao MEC. Também vamos buscar uma audiência pública no Congresso Nacional sobre o tema”, sinalizou o parlamentar. Lindenmeyer lamentou a ausência de representantes da Anhanguera e lembrou que irregularidades ocorrem também em outros estados onde a instituição atua, conforme documento final de audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo.

A Anhanguera possui seis unidades no RS e no final de 2011 demitiu cerca de 20% do quadro de docentes em Pelotas, Rio Grande e Passo Fundo. Quase todos os professores tinham nível de mestrado ou doutorado, sendo que alguns integravam o Núcleo Docente Estruturante (NDE) da instituição, grupo de professores de alta titulação e carga horária, responsável pela formulação do projeto pedagógico do curso, conforme exigência do MEC. As dispensas ocorreram logo após a finalização da avaliação institucional feita pelo MEC nas unidades do grupo. Em todo o país foram cerca de 1,5 mil professores demitidos de dezembro de 2011 a fevereiro deste ano.

O diretor do Sinpro/RS, Amarildo Cenci, apresentou breve histórico da atuação da Instituição no RS e os dados das demissões e irregularidades. “O modelo proposto pela Anhanguera, de uma educação aplicada na bolsa de valores é um prejuízo à educação. Não é um modelo pedagógico, mas um modelo de negócio que visa apenas os lucros e mercantilização da educação”, denunciou. O dirigente também destacou práticas da instituição como aulas presenciais apenas de segunda a quarta-feira, até às 22h, e o excesso de alunos por turma (mais de 100). “Neste ano, para substituir os 20% de professores demitidos no final de 2011, a Anhanguera está contratando professores novos pelo piso da categoria, o que não é permitido pela Convenção Coletiva de Trabalho, devido à cláusula da isonomia que prevê que os professores da mesma instituição tenham salário iguais, diferenciando-os apenas de acordo com sua titulação”, ressaltou.

O Coordenador Regional Sul da Contee, Cássio Bessa, falou da preocupação com a denacionalização da educação, que está sendo tranformada em mera mercadoria. É o caso da Anhanguera, com a compra de instituições pequenas com recursos captados na bolsa de valores. Bessa também informou que a Contee terá uma audiência com o ministro da Educação, no dia 10 de maio, para apresentar essa realidade.

“A unidade da Anhanguera em Rio Grande possui 4 mil alunos e apenas 96 professores. No curso de Direito, havia mais de 160 alunos em uma única turma. E sabemos que alguns cursos da Anhanguera não atingiram nem a nota 3 na avaliação do MEC, numa escala de 1 a 5”, acrescenta Ivo Motta, diretor do Sinpro/RS na Regional de Rio Grande.

A audiência também contou com depoimento de um professor de Passo Fundo demitido da Anhanguera em 2010 por defender o direito dos dirigentes sindicais de visitarem a instituição e conversar com os docentes. O professor relatou ainda constrangimentos a alunos que atrasaram mensalidades e denunciou a falta de incentivo à formação de Diretórios Acadêmicos.

Veja também matéria em vídeo da TV Assembleia sobre o assunto.

Na Anhanguera, contratação de cloud do Google impulsiona consumerização


IT Forum 2012 | 30 de abril de 2012

Fomos para o Google. Claro que neste processo tivemos negociações, indas e vindas. Acabamos acertando nossa parceria, migramos nossas contas de e-mail e plataforma colaborativa”, afirmou Luciano Possani, CIO da Anhanguera

Com diversas aquisições nos últimos anos, a rede de ensino superior Anhanguera Educacional tinha um desafio nas mãos: aumentar a colaboração dos alunos em ambiente web sem perder o controle dos custos. Pelo fato de a marca ser voltada para jovens trabalhadores, a proposta é manter baixos custos operacionais, permitindo, assim, que as mensalidades estejam a preços acessíveis.

A saída foi apostar, em projeto desenhado em 2010, no serviço de e-mail em formato cloud computing do Google, bem com as ferramentas de colaboração nele embutidas, como Google Talk, Docs e Sites. Esse pontapé trouxe para a companhia, e se configura como uma tendência para os demais departamentos de TI, dois fenômenos: necessidade de ampliar os investimentos em atenção a links de internet, já que a dependência é total, e a invasão de dispositivos móveis pessoais dos colaboradores, fortalecendo o processo de consumerização.

A apresentação foi feita pelo CIO da empresa, Luciano Possani, na sessão Intercâmbio de Ideias, debate com cerca de 11 pares, realizado neste sábado (28/04) na 14ª. edição do IT Forum, realizado na Praia do Forte (BA), com cerca de 200 CIOs das 500 maiores empresas do Brasil. Todos os participantes da discussão concordaram que o sucesso do sistema de cloud computing no Brasil depende majoritariamente das empresas de Telecom e de sua capacidade de manter os links de internet funcionando.

“Fomos para o Google. Claro que neste processo tivemos negociações, indas e vindas. Acabamos acertando nossa parceria, migramos nossas contas de e-mail e plataforma colaborativa”, explicou o executivo, detalhando que são 6,5 mil contas corporativas e 120 mil contas de alunos e professores. O custo por usuário no Google é de 50 dólares anuais por conta, mas devido ao alto volume de contratação, a companhia conseguiu um valor mais reduzido (apesar de não divulgar qual foi este). Cerca de metade, tanto dos alunos quanto dos professores, tem acesso a esse novo serviço. As metas para este ano são que o número de contas suba para 250 mil, sendo 20 mil docentes.

O processo de migração, em termos culturais, foi menos impactante, porque os 120 mil alunos e professores não tinham um serviço do tipo antes da implantação da cloud computing. No caso dos funcionários, o serviço utilizado era o Microsoft Exchange. Para evitar problemas, a TI manteve as contas antigas armazenadas em PST para o caso de haver alguma necessidade de resgatar essas informações. Até o momento, ninguém fez uma solicitação do tipo. “Escolhemos o Google porque queríamos uma solução cloud nativamente cloud. Foi interessante porque tínhamos aquela plataforma de ensino, queríamos que evoluísse mais em forma de colaboração”, disse Possani.

A Anhanguera Educacional tem 70 unidades próprias e cerca de 500 pólos parceiros. A gestão fica centrada em Valinhos, interior de São Paulo. O primeiro benefício notado  foi a redução dos anexos que trafegavam por e-mails. “Ficamos meio preocupados, porque sempre imaginamos o numero de anexos que era trafegado. Mas houve uma redução, porque os colaboradores começaram a utilizar o conceito de documento compartilhado na nuvem [Google Docs]”, explicou Possani.

A interface do usuário é customizada, este serviço contratado pela Amazon. Então o colaborador se loga neste ambiente para ser direcionado ao Google. Em abril de 2011, os serviços da Amazon saíram do ar – situação caracterizada por Possani como único problema enfrentado até então. A companhia demorou dois dias para resolver o problema, o que gerou a necessidade de desenvolver uma solução interna para que os serviços fossem prestados neste meio tempo. Essa resposta veio em meio dia.

Dependência da conexão

Cerca de cinco participantes do debate estão em um processo de implantação de tecnologia de cloud computing. Todos os presentes da sala estavam interessados em contratar algo do tipo, motivo pelo qual a ideia era exatamente obter informações sobre riscos envolvendo segurança e disponibilidade. E o consenso foi o citado acima: se o CIO não confiar no link de internet, ele não deve migrar para cloud, porque a dependência da conexão é total.

A companhia usa MPLS IP. “Meu problema hoje é Telecom. Tenho redundância de internet e sempre tenho que usar essa redundância”, disse.  No caso do próprio serviço, da própria nuvem, a disponibilidade é praticamente total. “Meus e-mails eram clusterizados e mesmo assim caíam. Não enfrento mais esse problema”, disse Possani. Para conseguir garantir a disponibilidade dos e-mails no modelo antigo, algumas contas chegavam a ter apenas 100 MB de capacidade. Com o Google, são 25 GB para todos os usuários. “Queremos explorar cada vez mais as APIs do Google”, complementou. Alguns serviços, como de hosting, estavam contratados. Até o fim deste ano a perspectiva é que eles sejam completamente substituídos pelos serviços do Google.

“A tendência de cloud depende das operadoras  de Telecom. Se as operadoras conseguirem atender isso, o processo é mais simples. Com problemas de conexão, você corre o risco de ficar ilhado”, disse Paulo Gustavo Tillmann, da Mataboi, com sede em Minas Gerais.

Consumerização e segurança

A questão de segurança, muito falada quando se discute cloud computing, foi levantada, mas os próprios CIOs comentaram que é muito mais fácil o servidor interno ser invadido do que um ambiente completamente estabelecido de cloud computing, como o do Google.  “Acabou o perímetro. Antes a TI estava acostumada a trabalhar com segurança em perímetro. A questão é: como a gente se protege?”, pontuou Cristiano Barbieri, CIO da Sulamérica.

Segundo Walter Shimabukuro , da Central Nacional Unimed, uma forma de trazer o conceito cloud para dentro da empresa e justificar, em números, as vantagens. “Temos que arrumar um jeito de justificar a redução do custo e a segurança. Avaliei um serviço em nuvem que que o payback seria de oito meses”, disse.

O fenômeno da consumerização é impulsionado com o fácil acesso a aplicações corporativas por meio de serviços de cloud computing. Segundo Barbieri, assim que as soluções do Google foram adotadas em sua empresa, o número de smartphones conectados à sua rede passou de mil para três mil, de um dia para o outro.

Possani viu o mesmo movimento, especialmente com computadores portáteis. “A minha gerente de infraestrutura veio perguntar o que fazia com tantas pessoas acessando à rede de nosso link. Isso é algo que ainda estamos aprendendo”, pontuou.

A questão, então, envolve a gestão desse tipo de movimento, com a companhia ficando atenta, por exemplo, no cancelamento de contas no caso de desligamento de funcionários.

Na visão dos executivos, serviços de TI vão se tornar algo parecido com energia elétrica, depois da Revolução Industrial: ninguém mais produzirá a sua própria, contratando-a como utility. “A nuvem estará muito presente no futuro e o ambiente de TI será híbrido”, finalizou Possani