Imbróglio judicial impossibilitou matrícula de alunos via FIES; Ebitda, que avançou 3,4%, subiria 30,8% sem esse efeito
Por Fernando Ladeira |11h02 | 26-03-2013
SÃO PAULO - Pressionada por um efeito atípico, levando o resultado a ser classificado como decepcionante pela equipe de análise da XP Investimentos, a Anhanguera (AEDU3) vê suas ações se desvalorizarem em 4,28% na manhã desta terça-feira (26), cotadas a R$ 34,47, conforme dados das 10h58 (horário de Brasília). Na mínima do dia o papel chegou aos 34,04, isso é, queda de 5,47%. O desempenho destoa do comportamento do Ibovespa, que sobe 1,17%.
A Anhanguera viu as principais linhas de seu balanço - receita líquida, Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e lucro líquido - mostrarem melhora na passagem do último trimestre de 2011 para 2012, mas a XP diz que o cancelamento de matrículas de alunos com restrição de crédito pesou no faturamento. Isso fez com que, apesar de crescer no período, esse crescimento tenha sido menor que o esperado. Todas as principais linhas do balanço vieram abaixo do estimado pelos analistas.
Em relatório, eles explicam que a empresa foi prejudicada por um evento não recorrente, já que esse cancelamento de matrículas foi ocasionado por um imbróglio judicial, que impossibilitou o ingresso de muitos alunos via FIES, um programa de financiamento estudantil. Excluído esse efeito, a melhora no Ebitda, que foi de 3,4%, poderia ter sido de 30,8%, dizem.
Projeções para Anhanguera continuam otimistas
Dessa forma, a equipe de análise da Planner Corretora diz que o resultado veio abaixo das expectativas do mercado, mas destaca a redução do capex (investimento em máquinas e bens de capital) e o processo de desalavancagem, "indicando os esforços da companhia no ano passado em gerar sinergias com as aquisições realizadas em 2011".
Os analistas da XP também esperam por uma recuperação da Anhanguera. "Continuamos otimistas com relação a Anhanguera e vemos este resultado como um evento pontual, já precificado em grande parte pelo mercado."
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