segunda-feira, 15 de abril de 2013

Desorganização continua imperando na faculdade Anhanguera de Niterói




Foto: leitora do SRZD
O Centro Universitário Plínio Leite (Unipli), localizado em Niterói, Região Metropolitana do Rio, que teve uma série de irregularidades denunciadas pelo SRZD na semana passada, alegou que não desrespeitou as normas do Ministério da Educação (MEC). Após o MEC ter confirmado que a instituição não informou previamente a mudança do endereço dos cursos e que abriria uma investigação, o Unipli, representado pela Anhanguera Educacional, disse que não era obrigado a comunicar ao órgão por se tratar de um centro universitário. Os estudantes reclamam que o novo prédio para onde eles foram transferidos não tem condições de ocupação.

"A Anhanguera Educacional esclarece que o Unipli, por ser um Centro Universitário, tem, conforme legislação vigente, autonomia para alterar o local de oferta de cursos, sem a necessidade de aprovação prévia do Ministério da Educação e Cultura (MEC). As informações referentes à nova unidade, localizada à Rua Visconde do Rio Branco, número 701, bairro Centro, já foram encaminhadas ao ministério para atualização de dados", afirmou o Unipli, em nota.
Novamente procurado pelo SRZD, o MEC negou que a unidade educacional tenha autonomia para mudar o local das aulas sem que antes abra um processo de aditamento aos atos regulatórios no órgão."Mesmo as instituições autônomas devem comunicar ao MEC as mudanças de endereço, afinal, as IES (instituições de ensino superior) devem assegurar as condições de oferta (qualidade) segundo as quais os atos autorizativos foram expedidos. A autonomia não alcança a questão da mudança, tanto é que para esse procedimento é necessário um aditamento do MEC", afirma a assessoria de comunicação da pasta. Os alunos do Unipli, entretanto, reclamam que nunca tiveram uma resposta às denúncias encaminhadas ao MEC.
Além de ter desrespeitado a legislação vigente, o grupo Anhanguera Educacional, que adquiriu o Unipli em 2010, também quebrou o contrato de prestação de serviços com os estudantes. Em uma das cláusulas assinadas no ato da matrícula, o termo de compromisso diz que "fica ressalvado, à contratada, o direito de transferir a sede física de suas unidades, [...] procedendo a comunicação ao contratante com antecedência mínima de 30 dias". Segundo os estudantes, a alteração foi informada apenas no primeiro dia de aula do semestre letivo.
Foto: Reprodução de Internet
Estudantes protestam na internet
Insatisfeitos, os alunos do Unipli criaram uma página chamada "Anhanguera Trolladora" no Facebook para reclamar dessa e de outras falhas do grupo educacional. Os estudantes criaram um slogan irônico para divulgar os percalços que vêm enfrentando na faculdade: "Quer se ferrar? Venha estudar conosco. O que importa para nós é o lucro!". Eles utilizam a rede social para compartilhar fotos da situação precária do prédio, que entrou em obras no início das aulas.
Foto: Reprodução de Internet
Fernando de Moraes Borges, aluno do 3º período de Ciências Contábeis, conta que algumas salas ficam superlotadas com mais de 130 alunos. Ele reclama ainda que, por conta dos transtornos, os professores acabam encerrando as aulas antes do horário. "O estudo virou uma financeirização nessa faculdade, estão olhando somente para o lucro superlotando uma sala com 130 alunos, professores que não têm condições de dar aulas decentemente, diminuindo cada vez mais a carga horária das aulas. Tivemos três meses de férias no final do ano. Isso é um absurdo. Matricularam mais de 7 mil alunos neste ano, por isso criaram outro campus. Cabe ao MEC investigar isso e a imprensa continuar em cima, mas como tudo nesse país é muito lento...", desabafa o universitário.
Outro estudante, identificado apenas como Gabriel, reclama que o cheiro de tinta e cola das obras impossibilita a permanência dos alunos na sala. "O local onde estamos não tem condições humanas de habitação, exitem janelas com vidro quebrados, o piso está solto, cadeiras quebradas e pequenas, quando chove tem goteiras nas salas, a energia é através de um gerador que funciona à base de óleo diesel. Inalamos o tempo todo o cheiro do óleo, sem falar no cheiro de cola e tinta que fica no ar e é também inalado durante o horário de aula. Para quem tem doenças respiratórias isso é muito 'bom', eu que o diga".
Rachel Alcântara, que cursa o 3º período de Serviço Social, relata que o Clube Canto do Rio, para onde as turmas foram transferidas, fica em um local deserto e sem segurança conhecido como a "Rua do Perdeu". Phillipi Barcelos, estudante de Recursos Humanos, conta que o reitor do Unipli anunciou, na segunda semana aula, que cederia duas salas para que duas turmas "brigassem" por elas, ainda no edifício onde eles haviam se matriculado. Sem acordo, a direção teria informado sobre a transferência de prédio. "Ouvimos da boca do reitor Marafon que ele estava dando a liberdade e todas as condições de colocarmos a instituição na justiça... Ahh! Estamos em uma sala divida entre três cursos, um aperto só, pouca frequência de alunos e mal ensino!"
Foto: Reprodução de Internet

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